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Bezerra de Menezes

Adolfo Bezerra de Menezes Cavalcanti nasceu em 29 de agosto de 1831 na fazenda Santa Bárbara, no lugar chamado Riacho das Pedras, município cearense de Riacho do Sangue, hoje Jaguaretama, estado do Ceará.

Descendia Bezerra de Menezes de antiga família, das primeiras que vieram ao território cearense. Seu avô paterno, o coronel Antônio Bezerra de Souza e Menezes tomou parte da Confederação do Equador, e foi condenado à morte, pena comutada em degredo perpétuo para o interior do Maranhão, e que não foi cumprida porque o coronel faleceu a caminho do desterro, sendo seu corpo sepultado em Riacho do Sangue. Seus pais, Antônio Bezerra de Menezes, capitão das antigas milícias e tenente-coronel da Guarda Nacional, desencarnou em Maranguape, no dia 29 de setembro de 1851, de febre amarela; a mãe, Fabiana Cavalcanti de Alburquerque, nascida em 29 de setembro de 1791, desencarnou em Fortaleza, aos 91 anos de idade, perfeitamente lúcida, em 5 de agosto de 1882.

Desde estudante, o itinerário de Bezerra de Menezes foi muito significativo. Em 1838, no interior do Ceará, conheceu as primeiras letras, em escola da Vila do Frade, estando à altura do saber de seu mestre em 10 meses. Já na Serra dos Martins, no Rio Grande do Norte, para onde se transferiu em 1842 com a família, por motivo de perseguições políticas, aprendeu latim em dois anos, a ponto de substituir o professor. Em 1846, já em Fortaleza, sob as vistas do irmão mais velho, o Dr. Manoel Soares da Silva Bezerra, conceituado intelectual e líder católico, efetuou os estudos preparatórios, destacando-se entre os primeiros alunos do tradicional Liceu do Ceará.

Bezerra queria tornar-se médico, mas o pai, que enfrentava dificuldades financeiras, não podia custear-lhe os estudos. Em 1851, aos 19 anos, tomou ele a iniciativa de ir para o Rio de Janeiro, a então capital do Império, a fim de cursar medicina, levando consigo a importância de 400 mil réis, que os parentes lhe deram para ajudar na viagem, onde, nesse mesmo ano, iniciou os estudos na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro.

No ano seguinte ingressou como praticante interno no Hospital da Santa Casa de Misericórdia. Para poder estudar, dava aula de filosofia e matemática. Doutorou-se em 1856 com a defesa da tese “Diagnóstico do Cancro”. Nesse mesmo ano o Governo Imperial decretou a reforma do Corpo de Saúde do Exército Brasileiro, e nomeou como cirurgião- mor, o Dr. Manuel Feliciano Pereira Carvalho, seu antigo professor, que o convidou para trabalhar como seu assistente.

Em março de 1857, solicitou sua admissão no Corpo de Saúde do Exército, sentando praça em 20 de fevereiro de 1858, como cirurgião tenente. Ainda em 1857, candidatou-se ao quadro dos membros titulares da Academia Imperial de Medicina com a memória “Algumas considerações sobre o cancro, encarado pelo lado do seu tratamento”, sendo empossado em sessão de 1º de junho. Nesse mesmo ano, passou a colaborar na “Revista da Sociedade Físico-Química”.

Em 6 de novembro de 1858, casou-se com a Sra. Maria Cândida de Lacerda, que desencarnou no início de 1863, deixando-lhe um casal de filhos.

Em 1859 passou a atuar como redator dos “Anais Brasilienses de Medicina”, da Academia Imperial de Medicina, atividade que exerceu até 1861.

Em 21 de janeiro de 1865, casou-se, em segundas núpcias com Dona Cândida Augusta de Lacerda Machado, irmã materna de sua primeira esposa, com quem teve sete filhos.

Já em franca atividade médica, Bezerra de Menezes demonstrava o grande coração que iria semear, até o fim do século, sobretudo entre os menos favorecidos da fortuna, o carinho, a dedicação e o alto valor profissional. Ficou conhecido como “O médico dos pobres”, destacando-se o episódio que Bezerra doou o seu anel de grau em medicina a um mãe para que comprasse os remédios que seu filho  precisava. Dizia ele:

“O médico verdadeiro não tem o direito de acabar a refeição, de escolher a hora, de inquirir se é perto ou longe, ser mau o caminho ou o tempo, por ter trabalhado e achar-se fatigado… O que não acode sobretudo a quem não tem como pagar a consulta ou a receita e diz que procure outro,  esse não é médico é negociante da medicina, que trabalha para recolher capital e juros dos gastos da formatura. “

Foi justamente o respeito e o reconhecimento de numerosos amigos e incentivo da esposa que o levaram à política, que ele, em mensagem ao deputado Freitas Nobre, seu conterrâneo e admirador, definiu como “a ciência de criar o bem de todos”. Elegeu-se vereador para Câmara Municipal do Rio de Janeiro em 1860, pelo Partido Liberal.

Quando tentaram impugnar sua candidatura, sob a alegação de ser médico militar, demitiu-se do Corpo de Saúde do Exército. Na Câmara Municipal, desenvolveu grande trabalho em favor do “Município Neutro” e na defesa dos humildes e necessitados. Foi reeleito com simpatia geral para o período de 1864-1868. Não se candidatou ao exercício de 1869 a 1872.

Em 1867, foi eleito deputado-geral (correspondente hoje a deputado federal) pelo Rio de Janeiro. Dissolvida a Câmara dos Deputados em 1868, com a subida dos conservadores ao poder, Bezerra dirigiu suas atividades para outras realizações que beneficiassem a cidade. Em 1873, após quatro anos afastados da política, retomou suas atividades, novamente como vereador. Em 1878, com a volta dos liberais ao poder, foi novamente eleito à Câmara dos Deputados, representando o Rio de Janeiro, cargo que exerceu até 1885.

Neste período, criou a Companhia de Estrada de Ferro Macaé a Campos, que veio proporcionar-lhe pequena fortuna, mas que, por sua vez, foi também o sorvedouro dos seus bens, deixando-o completamente arruinado. Em 1885, atingiu o fim de suas atividades políticas. Bezerra de Menezes atuou 30 anos na vida parlamentar. Outra missão o aguardava, esta mais nobre ainda, aquela de que o incumbira Ismael, não para o coroar de glórias, que perecem, mas para trazer sua mensagem à imortalidade.

O Espiritismo, qual novo maná celeste, já vinha atraindo multidões de crentes, a todos saciando na sua missão de consolador. Logo que apareceu a primeira tradução brasileira de “O Livro dos Espíritos”, em 1875, foi oferecido a Bezerra de Menezes um exemplar da obra pelo tradutor, Dr. Joaquim Carlos Travassos, que se ocultou sob o pseudônimo de Fortúnio.

Foram palavras do próprio Bezerra de Menezes, ao proceder a leitura de monumental obra: “Lia, mas não encontrava nada que fosse novo para meu espírito, entretanto tudo aquilo era novo para mim […]. Eu já tinha lido ou ouvido tudo o que se achava no Livro dos Espíritos […]. Preocupei-me seriamente com este fato maravilhoso e a mim mesmo dizia: parece que eu era espírita inconsciente, ou mesmo, como se diz vulgarmente, de nascença”. Contribuíram também, para torná-lo um adepto consciente, as extraordinárias curas que ele conseguiu, em 1882, do famoso médium receitista João Gonçalves do Nascimento.

Mais que um adepto, Bezerra de Menezes foi um defensor e um divulgador da Doutrina Espírita. Em 1883, recrudescia, de súbito, um movimento contrário ao Espiritismo e, naquele mesmo ano, fora lançado por Augusto Elias da Silva o “Reformador”, órgão oficial da Federação Espírita Brasileira e o periódico mais antigo do Brasil, ainda em circulação. Elias da Silva consultava Bezerra de Menezes sobre as melhores diretrizes a seguir em defesa dos ideais espíritas. O venerável médico aconselhava-o a contrapor-se ao ódio, o amor, e a agir com discrição, paciência e harmonia.

Bezerra não ficou, porém, no conselho teórico. Com as iniciais A. M., principiou a colaborar com o “Reformador”, emitindo comentários judiciosos sobre o Catolicismo. Fundada a Federação Espírita Brasileira em 1884, Bezerra de Menezes não quis inscrever-se entre os fundadores, embora fosse amigo de todos os diretores e sobremaneira, admirado por eles.

Embora sua participação tivesse sido marcante até então, somente em 16 de agosto de 1886, aos 55 anos de idade, Bezerra de Menezes, perante grande público, em torno de 1.500 a 2.000 pessoas, no salão de Conferência da Guarda Velha, em longa alocução, justificou a sua opção definitiva de abraçar os princípios da consoladora doutrina.

Daí por diante Bezerra de Menezes foi o catalisador de todo o movimento espírita na Pátria do Cruzeiro, exatamente como preconizara Ismael. Com sua cultura privilegiada, aliada ao descortino de homem público e ao inexcedível amor ao próximo, conduziu o barco de nossa doutrina por sobre as águas atribuladas pelo iluminismo fátuo, pelo cientificismo presunçoso, que pretendia deslustrar o grande significado da Codificação Kardequiana.

Presidente da FEB em 1889, e nesse período iniciou o estudo sistemático do “Livro dos Espíritos” nas reuniões públicas das sextas feiras, exerceu a tarefa de doutrinador de espíritos obsessores, organizou e presidiu um Congresso Espírita Nacional no Rio de Janeiro, com a presença de 34 delegações de instituições de diversos estados. Em 1890 oficiou ao então presidente da República, marechal Deodoro da Fonseca, em defesa dos direitos e liberdade dos espíritas contra certos artigos do Código Penal Brasileiro de 1890.

De 1890 a 1891 exerceu a Vice-presidência da FEB e nesse período traduziu “Obras Póstumas”  e no final de 1891  devido as grandes celeumas e discórdias entre os espíritas,  afastou–se da Federação, continuando a frequentar e trabalhar nas reuniões do Grupo Ismael e a redação dos artigos semanais em o “El Paiz”, que encerrou ao final de 1893. Aprofundando-se as discórdias dentro da instituição, foi convidado a reassumir a presidência da FEB em 1895, quando mais se agigantava a maré das radicalizações no meio espírita, nele permanecendo até 1900, quando desencarnou. Nessa gestão iniciou o estudo semanal do “Evangelho Segundo o Espiritismo”, fundou a primeira livraria espírita no país e propiciou a vinculação da Instituição ao Grupo Ismael e à assistência aos necessitados.

Foi em meio a grandes dificuldades financeiras que um acidente vascular cerebral o acometeu, vindo a falecer em 11 de abril de 1900, depois de meses inerte acamado, tendo ao seu lado, além da dedicada esposa Cândida Augusta com sua família e amigos, a visita de pobres e ricos que foram atendidos por ele e ali choravam e deixavam embaixo de seu travesseiro moedas e notas para ajudar a família. Foi preciso constituir-se uma comissão para angariar donativos visando a possibilitar a manutenção da família. A comissão fora presidida por Quintino Bocayuva.

No dia seguinte, na primeira página do ”O Paiz” foi lhe dedicado um longo necrológio, chamando-o de eminente brasileiro. Recebeu homenagem da Câmara Municipal do antigo Distrito Federal pela conduta e pelos serviços dignos.

Pela atuação destacada no movimento espírita brasileiro no último quartel do século XIX, Bezerra de Meneses é até hoje considerado um modelo para muitos adeptos da Doutrina, destacando-se por sua índole de bondade, caridade, perseverança para vencer desafios, além de sua militância na divulgação e reestruturação do movimento espírita no país. Muitos acreditam que ele continue, em espírito, a orientar e influenciar o movimento espírita.

O Dr. Bezerra de Menezes foi membro da Sociedade de Geografia de Lisboa, da Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, da Sociedade Físico-química, sócio e benfeitor da Sociedade Propagadora das Belas-Artes, membro do Conselho do Liceu de Artes e presidente da Sociedade Beneficente Cearense. Escreveu em jornais como “O Paiz”, redigiu “Sentinela da Liberdade”, os “Anais Brasilienses de Medicina”, colaborou na “Reforma”, na “Revista da Sociedade Físico-química” e no “Reformador”. Utilizava os pseudônimos de Max e Frei Gil.

Bezerra de Menezes tem relacionado para mais de quarenta obras escritas e publicadas. São teses, romances, biografias, artigos, traduções, estudos e relatórios espíritas e não espíritas como: ”Curare, A escravidão no Brasil, e medidas que convém tomar para extingui-la sem danos para a nação, Biografia de Manuel Alves Branco – visconde de Caravelas, A Casa Assombrada, Casamento e Mortalha, O Evangelho do Futuro, Lázaro – o Leproso, Os mortos que Vivem, Viagem através dos Séculos … Além de muitas mensagens mediúnicas através de diferentes médiuns  como Chico Xavier, Waldo vieira, Divaldo Franco, Yvone Pereira e outros.

Por ocasião de sua morte, assim se pronunciou Leon Denis, um dos maiores discípulos de Kardec: “Quando tais homens deixam de existir, enlutasse não somente o Brasil, mas os espíritas de todo o mundo”.

 

Fonte: Texto adaptado das obras que integram a Coleção Bezerra de Menezes, publicada pela FEB, Vida e Obra de Bezerra de Meneses de Sylvio Brito Soares e Wikepédia – enciclopédia livre.

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Divaldo Pereira Franco

Divaldo é um verdadeiro “apóstolo do Espiritismo“, reconhecido como um dos maiores médiuns e oradores espíritas da atualidade e o maior divulgador da Doutrina Espírita por todo o Mundo.

Já psicografou mais de duas centenas de livros. Dessas obras, até o momento, houve 92 versões para 16 idiomas. Os livros possuem uma grande variedade de estilos literários, como prosa, poesia, conto, romances, narrações, etc., abrangendo temas filosóficos, doutrinários, religiosos, históricos, sociológicos, psicológicos, psiquiátricos e infantis. A renda proveniente da venda dessas obras, bem como os direitos autorais foram doados, em Cartório, à Mansão do Caminho e outras entidades filantrópicas.

Seu trabalho, devotado à causa espírita, a mediunidade e a caridade é mundialmente reconhecido e respeitado. Tem recebido inúmeras homenagens, ao longo de sua vida em diversas cidades do Brasil e do exterior (placas, troféus, moções de congratulação, medalhas, etc.) de instituições culturais, sociais, religiosas, políticas e governamentais.

Este ano de 2017, estará sendo marcado pela passagem de significativos momentos históricos para o Movimento Espírita, para a Mansão do Caminho e principalmente de seu mentor, Divaldo Pereira Franco. Tais como:

  • 160 anos da primeira edição de O Livro dos Espíritos, por Allan Kardec, na cidade de Paris, França, 18 de abril de 1857, assinalando a presença entre nós do Consolador prometido por Jesus – luz para a Humanidade.
  • 90 anos de idade de Divaldo Pereira Franco. Em 05 de maio de 1927, na cidade de Feira de Santana, Bahia, Brasil, nasce o orador, o educador, o mais importante médium em atividade, o incansável divulgador da Doutrina Espírita e um dos responsáveis pela popularização mundial do Espiritismo, o “Paulo de Tarso dos nossos dias”.
  • 86 anos de convivência com os Espíritos. Divaldo observa que desde mais ou menos os quatro anos de idade, passou a vivenciar fenômenos mediúnicos, tudo lhe parecia uma estranha e fascinante ocorrência de que somente ele tinha conhecimento, percebendo que a família não participava dos mesmos.
  • 74 anos que se diplomou em professo primário. Divaldo cursou a Escola Normal Rural de Feira de Santana, recebendo o diploma de professor primário, em 1943.
  • 73 anos de contato com o Espiritismo. Em 1944, no dia 5 de dezembro, Divaldo teve a felicidade de assistir à primeira sessão espírita, em Feira de Santana, conduzido por uma prima, que lhe abriu as portas da fascinante e libertadora Doutrina, segundo suas palavras.
  • 72 anos de sua mudança para Salvador. Em fevereiro de 1945, tendo já completado 18 anos, com diploma de professo primário – além do indispensável, à época, diploma de datilografia, Divaldo muda-se para Salvador – era preciso ganhar a vida e ajudar no sustento da casa. Trabalhou como escriturário no antigo IPASE, em Salvador, aposentando-se em 1980.
  • 72 anos do primeiro encontro de Divaldo Pereira Franco com Joanna de Ângelis, sua Mentora Espiritual. No dia 05 de dezembro de 1945, Divaldo teve seu primeiro contato consciente com o Espírito Joanna de Ângelis, que passaria a ser a sua Mentora Espiritual. Ele relata: “A partir daquela época, a nossa vida passou a ter uma diretriz e um significado de bom direcionamento, porquanto eu passei a senti-la e vê-la quase diariamente”. Joanna de Ângelis, durante muito tempo apresentava-se como “Um Espírito Amigo”, ocultando-se no anonimato à espera do instante oportuno para se identificar.
  • 72 anos do primeiro encontro de Divaldo com Nilson de Souza Pereira. Eles se conheceram em agosto de 1945, quando Divaldo lecionava português na Escola de Datilografia N. S. do Carmo, auxiliando alunos que tinham dificuldades com o idioma. Nasceu uma amizade, uma fraternidade espiritual que, alicerçada e fomentada pelo Espiritismo, duraria para toda vida.
  • 70 anos de fundação de O Centro Espírita Caminho da Redenção, promovendo o bem. Foi inaugurado no dia 7 de setembro de 1947, na Rua Barão de Cotegipe, 224, bairro da Calçada, Salvador, pelo médium Divaldo Franco juntamente com Nilson de Souza Pereira. Em 1956, o Centro transferiu-se para o grande terreno adquirido no bairro do Pau da Lima, para onde levou os 58 órfãos que mantinha no antigo casarão da Calçada.
  • 70 anos de oratória e doutrinação espírita de Divaldo Pereira Franco. Na cidade de Aracaju, Sergipe, Brasil, em 27 de março de 1947, Divaldo proferiu a sua primeira palestra pública sobre a Doutrina Espírita, na União Espírita Sergipana, com apenas 20 anos incompletos, iniciando uma incansável jornada disseminando a doutrina pelo Brasil e pelo mundo;
  • 68 anos que pela primeira vez, Divaldo exercitou a psicografia. Em fevereiro de 1949. Ele narra a experiência: “A minha primeira mensagem psicográfica aconteceu no ano de 1949, num domingo de Carnaval, na cidade de Muritiba…”, Bahia. Uma mensagem assinada por Marco Prisco, intitulada Na subtração e na soma, que mais tarde seria reunida no livro Ementário Espírita. Divaldo apresentou, desde jovem, diversas faculdades mediúnicas, tanto de efeitos físicos quanto de efeitos intelectuais. Destaca-se, dentre elas, no entanto, a psicografia.
  • 65 anos de fundação da Mansão do Caminho. Em 15 de agosto de 1952, juntamente com Nilson de Souza Pereira, Divaldo fundou a Mansão do Caminho, o braço social do Centro Espírita Caminho da Redenção. Hoje, a Mansão do Caminho transformou-se nesse imenso complexo doutrinário, educacional e assistencial, contando com 50 edificações, fora as construções em andamento, distribuídas em ruas, bosques e lago, onde são atendidas três mil crianças e jovens de famílias de baixa renda.
  • 55 anos da primeira palestra no exterior – nas Américas. Em 1962 Divaldo Franco fez sua primeira palestra no exterior, na cidade de Buenos Aires, Argentina.
  • 53 anos do lançamento do primeiro livro psicografado por Divaldo. Em 1964, Divaldo, sob a orientação de Joanna de Ângelis, selecionou várias mensagens de autoria da mentora e enfeixou-as no livro Messe de Amor, que se tornou o primeiro livro psicografado por Divaldo, publicado em 05 de maio do mesmo ano.
  • 50 anos do lançamento da “Série Evangélica Amélia Rodrigues” (ano de 1967), com o primeiro volume da série “Primícias do Reino”. A referida série é lida e meditada pela sua beleza poética, literária, espiritual e histórica, constituindo um marco nos estudos do Evangelho de Jesus. Amélia Rodrigues tem-nos transportado com grande beleza como se estivéssemos in loco nos tempos da Boa Nova, trazida pelo Mestre Galileu.
  • 50 anos da primeira palestra na Europa. Sua primeira palestra na Europa ocorreu em Portugal, em 1967, quando o país vivia ainda sob o período da ditadura de Salazar.
  • 46 anos da primeira ida à África. Sua primeira ida à África foi em 1971, em Johannesburg, África do Sul.
  • 43 anos de publicação da Revista Presença Espírita, pela Mansão do Caminho. Um valoroso veículo de divulgação da Doutrina Espírita. Editada desde 1974, pela Livraria Espírita Alvorada Editora – LEAL, bimestralmente. De temática variada, a Revista discute tanto questões fundamentais da Doutrina como informa sobre as atividades do Movimento Espírita em geral e da Mansão do Caminho e Divaldo Franco em particular.
  • 29 anos da primeira ida à Ásia. Sua primeira ida à Ásia, semeando o Espiritismo foi em 1988, na Índia.
  • 28 anos do lançamento da “Serie Psicológica de Joanna de Ângelis”. No final dos anos 80, com o lançamento da obra Jesus e Atualidade (1989), Joanna de Ângelis e Divaldo Franco surpreenderam os meios espírita e acadêmico com uma série de obras que passaram a ser conhecidas como: “A série Psicológica de Joanna de Ângelis”.
  • Joanna de Ângelis esclareceu-lhe, à época, que se tratava de um rascunho do que viria a ser um conjunto de obras que procurariam estabelecer uma ponte entre a Psicologia, do ponto de vista acadêmico, e a Psicologia a partir de um olhar Espírita.
  • Os livros dessa série somam hoje a 16 títulos, estudados por diversas instituições espíritas, sob a orientação de psicólogos, terapeutas, psiquiatras, dentre outros estudiosos, bem como os psicólogos, não apenas os transpessoais e analíticos, mas também os de outras correntes da Psicologia examinam a produção mediúnica de cunho psicológico e comprovam a sua validade e profundidade, com as exceções compreensíveis.
  • 19 anos do Movimento Você e a Paz. Tudo começou naquele mês de outubro de 1998, quando o venerando Espírito Joanna de Angelis formulou o convite a Divaldo para um novo empreendimento, a construção de um Movimento sobre Você e a Paz.
  • O “Você e a Paz”, criado em 1998, por Divaldo Franco com o intuito não só de difundir as ideias de paz e não violência, mas de congregar pessoas, empresas e entidades em torno de ações concretas em defesa da paz. É um empreendimento que teve origem no Movimento Espírita, mas tem abrangência ecumênica, pois a paz depende de todos os segmentos da sociedade.
  • Em agosto do ano de 2000, Divaldo participa do I Encontro Mundial pela Paz, a convite da ONU, onde vários religiosos debateram e elaboraram uma proposta para a paz no mundo.
  • 12 anos do título Embaixador da Paz no Mundo. Em 30 de dezembro de 2005 recebeu o título de Embaixador da Paz no Mundo, junto com o amigo Nilson de Souza Pereira. O título foi recebido em Genebra, na Suíça, pela Ambassade Universalle Pour la Paix.
  • 12 anos da sua primeira Palestra Pública Espírita na Oceania. Foi no ano de 2005, na Austrália em 17/06/2005 e em Nova Zelândia 13/07/2005. Divaldo fez a sementeira do futuro, pois nos mesmos são muito arraigadas suas tradições religiosas.
  • 04 anos do desencarne de Nilson de Souza Pereira, carinhosamente chamado de Tio Nilson, que contava com 89 anos – (Salvador – 26 de outubro de 1924 – 21 de novembro de 2013). Junto com o seu amigo e “irmão” Divaldo Franco fundou o Centro Espírita Caminho da Redenção e a obra social Mansão do Caminho, que presidiu durante muitos anos. Desempenhou na Mansão do Caminho um papel de fundamental importância. “Em razão do seu caráter de homem de bem, jamais se apresentava, mantendo-se sempre discreto em todas as situações, em Salvador ou viajando pelo mundo. Era-me, no entanto, o grande apoio, a solidariedade, o concurso amigo para quaisquer situações”. Assim, nos fala Divaldo.

Divaldo humanista – Educou mais de 600 “filhos”, hoje emancipados, a maioria com família constituída e a própria profissão, no magistério, contabilidade, serviços administrativos e até medicina, tem 200 “netos”.

Homem antenado com os avanços da ciência e da tecnologia, informática e internet, utiliza-se desses valiosos instrumentos para a divulgação do Espiritismo, participando de programas transmitidos através de rádio, rede de televisão, web, internet, entrevistas e reportagens, vídeos, publicações em jornais e revistas de grande circulação. Um exemplo é o Programa Encontro com Divaldo transmitido todos os domingos  pela TV CEI e FEB TV.

“Grande orador, dotado de uma memória excepcional e de uma cultura sólida, ampla e eclética, além de ser portador de uma faculdade mediúnica ostensiva e de amplas possibilidades, Divaldo vem encantando plateias no Brasil e no mundo, num importantíssimo papel de divulgação e melhor entendimento da Doutrina Espírita”. [Sérgio Sinotti]

Outros autores publicaram livros sobre Divaldo Franco e sua obra, dentre eles:

. Altiva Glória F. Miranda. “O Peregrino do Senhor”, LEAL Editora, 1987.

. Ana Landi. “Divaldo Franco, A trajetória de um dos maiores médiuns de todos os tempos”. Bella Editora, 2015.

. Ana Maria Spränger, Silva Luiz. “O Paulo de Tarso dos nossos dias”. LEAL Editora, 2003.

. Fernando Pinto. “Divaldo, Médium ou Gênio?”. 1976.

. Jason de Camargo. “Divaldo Franco, A história de um humanista”, Editora FERGS.

. Maria Anita Rosas Batista. “O jovem que escolheu o amor”. Casa Editora Espírita Pierre-Paul Didier, 1997.

. Maria Anita Rosas Batista. “Para sempre em nosso coração”, Editora Minas, 2000.

. Miguel de Jesus Sardano. “Divaldo, mais do que uma voz, um hino de Amor à Vida”, Editora Minas, 1999.

. Miguel de Jesus Sardano. “Nas pegadas do Nazareno”, LEAL Editora, 1988.

. Sérgio Sinotti. “A jornada Numinosa e Divaldo Franco (Ensaio Biográfico)”, LEAL Editora, 2009.

. Suely Caldas Schubert. “Semeador de estrelas”, LEAL Editora, 1989.

. Washington Luiz Nogueira Fernandes. “Atos do Apóstolo Espírita”. Edições FEESP, 2000.

. Washington Luiz Nogueira Fernandes. “Mansão do Caminho – 40 anos Uma História de Amor na Educação”. LEAL Editora, 1992.

Fontes de pesquisa:
. SINOTTI, Sérgio. A jornada Numinosa e Divaldo Franco (Ensaio Biográfico), LEAL Editora.
. Revista Presença Espírita, março/abril 2017. Ano XLIII . Nº 319.
. Revista Presença Espírita, março/abril 2016. Ano XLII . Nº 313.
. Revista Presença Espírita, maio/junho 2009. Ano XXXIV. Nº 266.
. Agenda Espírita Joanna de Ângelis, 1998. LEAL Editora.
. https://www.facebook.com/MansaoDoCaminho/
. http://www.divaldofranco.com.br/
. http://www.mansaodocaminho.com.br/centro-espirita/
. http://www.port.divaldofranco.eu/index.html.
. https://pt.wikipedia.org/wiki/Divaldo_Pereira_Franco
. Fotos da Internet

MANSÃO DO CAMINHO Obra Social do Centro Espírita Caminho da Redenção.
Rua Jayme Vieira Lima, nº 104 – Pau da Lima, CEP: 41.235-000 Salvador – Bahia, Brasil.

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Chico Xavier

Francisco Cândido Xavier, o médium Chico Xavier

Nome: Francisco Cândido Xavier
Nascimento: 02 de abril de 1910, Pedro Leopoldo, Minas Gerais, Brasil.
Morte: 30 de junho de 2002, Uberaba, Minas Gerais, Brasil, aos 92 anos.
Seus pais: João Cândido Xavier e Maria João de Deus.
Funcionário: Fazenda Modelo.

Francisco Cândido Xavier, mais conhecido como Chico Xavier, residiu em sua cidade natal, Pedro Leopoldo (MG), até dezembro de 1958, onde iniciou o seu contato com o plano espiritual, servindo de intermediário entre o mundo dos chamados vivos e o dos Espíritos, quando se transferiu para a cidade de Uberaba (MG).
Teve quatro empregos, sendo que, por 32 anos trabalhou na Escola Modelo do Ministério da Agricultura, como escrevente-datilógrafo, em Pedro Leopoldo e Uberaba.

O traço marcante de Chico Xavier era o seu amor pela humanidade, durante toda a sua existência deu-nos testemunho desse amor, além dos ensinamentos recebidos por seu intermédio. Trabalhando infatigavelmente, alargou o campo da solidariedade, desenvolvendo um trabalho anônimo e sacrificial, atendendo as pessoas simples, auxiliando-as com alimentos e palavras de bom ânimo, de conforto e esperança, consolando os desolados ante a perda de entes queridos, através do recebimento de mensagens psicografadas.

A influência de Chico Xavier, como pessoa e como médium, foi e continua sendo muito grande no relacionamento humano em nosso país, como resultado de sua bondade e humildade. Podemos observá-la nas instituições espíritas que desenvolvem atividades assistenciais, procurando atender aos marginalizados, doentes e sofredores sem recursos.

Nunca se exaltou e jamais se entregou ao desânimo, nem mesmo quando sob o metralhar de perversas acusações, permanecendo fiel ao dever, sem apresentar defesas pessoais ou justificativas para os seus atos. Pelo seu exemplo de vida, conduta e trabalho, Francisco Cândido Xavier é respeitado pelos espíritas e admirado por todos os seguimentos religiosos, políticos e sociais, no Brasil e internacionalmente.

Chico Xavier possuía diferentes tipos de mediunidade: psicofonia com transfiguração, efeitos físicos e materialização, xenoglossia ou mediunidade poliglota, desdobramento, cura, etc., mas a principal delas foi à psicografia. Chico foi um médium extraordinário, completo, via e ouvia os Espíritos como se fossem homens normais do plano físico. Nossa maior referência, tanto do ponto de vista moral quanto da técnica mediúnica.

O seu primeiro contato com o Espiritismo deu-se em 1927, quando uma de suas irmãs adoeceu, apresentando distúrbios psíquicos que não foram solucionados pela Medicina, por se tratar de obsessão. A família pediu o auxílio a um casal de espíritas vizinho, que se reunia com seus familiares em seu próprio lar, tratando a jovem com a orientação espírita, reintegrando-a a vida familiar, devidamente equilibrada.

Começa a participar ativamente do Centro Espírita Luiz Gonzaga, fundado por seu irmão José Xavier. No dia 8 de julho de 1927, Chico realiza a sua primeira atuação pública no serviço mediúnico, recebe as primeiras páginas psicografadas de autoria de um espírito amigo.

Sua vida mediúnica desenvolveu-se através de períodos distintos:

  • Dos 4 aos 17 anos, via e comunicava-se com sua mãe, a proteger-lhe, e estava sob influência de entidades felizes e infelizes;
  • Dos 17 aos 21 anos, conheceu o Espiritismo e psicografou mensagens de espíritos amigos e que foram inutilizadas, a pedido deles, por se tratarem de esboços e exercícios de adestramento e;
  • Em 1931, o jovem Chico, então com 21 anos, conversa pela primeira vez com seu mentor espiritual Emmanuel, e este assume o encargo de orientá-lo em suas atividades mediúnicas. Desde então o acompanhou sempre.

Sobre o seu encontro com o Espírito Emmanuel, Chico assim o descreve:

“Lembro-me de que num dos primeiros contatos comigo ele me preveniu que pretendia trabalhar ao meu lado, por tempo longo, mas que eu deveria, acima de tudo, procurar os ensinamentos de Jesus e as lições de Allan Kardec e, disse mais, que se, um dia, ele, Emmanuel, algo me aconselhasse que não estivesse de acordo com as palavras de Jesus e Kardec, que eu devia permanecer com Jesus e Kardec, procurando esquecê-lo”.

Psicografou 412 obras, pela sua importância qualitativa, dão valiosa contribuição ao entendimento do Espiritismo. Jamais admitiu ser o autor de nenhuma dessas obras, bem como, todos os direitos autorais foram cedidos a entidades assistenciais e instituições espíritas, com a transferência dessa responsabilidade às editoras. Esse intenso trabalho deixou-nos um legado de diversos gêneros literários, como poemas, contos, romances, obras de caráter filosófico, científico e doutrinário cristã.

Em seus quase 75 anos de atividade mediúnica ininterrupta a serviço da seara do Cristo, Chico recebeu perto de 20.000 mensagens de Espíritos desencarnados aos familiares, e calcula-se também que ele foi intermediário de mais de 1.000 Autores Espirituais nessas 412 obras psicografadas.

Seu primeiro livro psicografado, lançado em julho de 1932, foi “Parnaso de Além Túmulo”, uma coletânea de poemas assinados por grandes poetas brasileiros e portugueses desencarnados, nada menos que cinquenta e seis, de estilos diferenciados, com vocabulário distinto, transmitem o testemunho de sua presença individualizada no Além – “a alma sobrevive ao corpo”: Castro Alves, Casimiro de Abreu, Augusto dos Anjos, entre outros, que alcançou grande sucesso. O título da obra, extraído de um dos sonetos, ao mesmo tempo em que lhe define a gênese espiritual, serve de preâmbulo para uma atividade de correspondência entre a Terra e o Céu.

A década de 1930 marca o surgimento dos romances na obra psicográfica de Chico, logo após o Parnaso de Além Túmulo. Em especial os romances ditados por Emmanuel, além da famosa obra atribuída ao espírito de Humberto de Campos, Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho, 1938, em que a história do País recebe uma interpretação mítica e teológica. São eles: Crônicas de Além Túmulo (Humberto de Campos), 1937; Emmanuel, de 1938; A Caminho da Luz (Emmanuel) de 1938; e Há dois mil anos (Emmanuel) de 1939.

Os cinco romances de Emmanuel (mentor do médium):

  • Há Dois Mil Anos (abrange o período histórico de 31 a 79 D.C), foi escrito no curto espaço de 24/10/38 a 09/02/39, em intervalos das atividades profissionais do Chico.
  • Cinquenta Anos Depois (ano 131 – D.C),
  • Ave Cristo (abrange o período 217 a 258 D.C),
  • Paulo e Estevão (depois da morte de Jesus até aproximadamente anos 70 D.C) e
  • Renúncia (cobrindo a segunda metade do século XVII, iniciado em 1662 – reinado de Luiz XIV de França).

A primeira fase, segundo os estudiosos das obras de Chico havia sido a de chamamento. A partir de 1944, surgem os primeiros volumes da série André Luiz, livros que os estudiosos da sua obra classificam como de esclarecimento. A série completa psicografada por Chico possui 15 volumes, dos quais 13 tratando da vida no mundo espiritual, sendo o primeiro Nosso Lar, de 1944, até E a vida Continua…, de 1968.

Nosso Lar é uma das obras mais populares da literatura espírita, o mais vendido e divulgado da extensa obra do médium, que no ano de 2010 se tornou um filme e já havia vendido mais de dois milhões de exemplares. Como novela, a Rede Globo adaptou o livro “Nosso Lar”, sob o título de “A grande viagem”, com amplo sucesso.

O Espírito André Luiz é tido como o mais ”científico”, “jornalístico” e “sociológico” dos espíritos que se comunicaram por Chico Xavier. As obras desse espírito estabelece uma divisão do trabalho espiritual com Emmanuel, cujas obras são referências para questões doutrinárias e as de André Luiz para as científicas, esclarecendo pontos polêmicos sobre a vida após a morte, sobre problemas experimentais da mediunidade e da obsessão e como fonte de aconselhamento para o convívio familiar.

O Evangelho é tema de vasta obra psicografada pelo Chico, especialmente de Emmanuel: Caminho, Verdade e Vida (1949), Pão Nosso (1950), Vinha de Luz (1952), Fonte Viva (1956), Livro da Esperança (1964), Palavras de Vida Eterna (1965), Bênção de Paz (1971), Segue-me (1973).

A fase de esclarecimento é a mais longa de todas em que seu trabalho foi dividido, com duração aproximada de 35 anos, de 1939 a 1974, quando aparece a obra Entre Duas Vidas de Espíritos Diversos.
A psicografia de Chico acompanha os temas que marcaram a revolução de costumes dos anos 60, como sexo, as drogas, os hippies, a tecnologia, as viagens espaciais e o homem artificial.

Em 1971, quando contava 61 anos de idade, Chico Xavier foi convidado a participar Programa “Pinga Fogo” da extinta Rede Tupi de Televisão, canal 4, em São Paulo. O sucesso foi tão estrondoso que, tendo participado do primeiro “Pinga Fogo” em 28 de julho, voltou para o segundo programa realizado às vésperas de Natal, em 21 de dezembro.

O programa Pinga-Fogo com Chico deu grande evidência não somente ao médium Chico Xavier, como também a Doutrina dos Espíritos, trazendo ao público a comunicação com espírito, visto que segundo Chico, ele respondeu todas as perguntas, sob a inspiração muito direta de Emmanuel, seu Guia Espiritual, numa clara e inequívoca demonstração da interação entre dois mundos (físico e espiritual). Foi um marco na história do Espiritismo, devido ao destaque e respeito dados à doutrina espírita, ao médium e a mediunidade, até então nunca vistos.

Todos os temas tratados no programa “Pinga Fogo” são de grande importância e bastante atuais. Temas como: a alimentação da carne, congelamento de corpos, movimento hippie, vida criada em tubo de ensaio, cremação de corpos, implicações das cirurgias plásticas, pena de morte, planejamento familiar, homossexualismo e transexualidade na reencarnação, até então não havia sido tratado com a clareza e objetividade como nos foi trazido por Chico nesse programa de TV.

A terceira fase da produção literária do médium Chico Xavier recebeu o nome de consolação, em referência às cartas familiares que, de maneira mais intensa, começaram a chegar por seu intermédio do Mais Além. Como o nome diz, reúne trabalhos que buscam amenizar o sofrimento dos que perderam entes queridos e deles recebem mensagens de conforto e ânimo. Pertencem a esse gênero: Jovens no Além (1975), Somos Seis (1976), Crianças no Além (1977), Amor sem Adeus (1978), Enxugando Lágrimas (1978), Claramente Vivos (1979), Vida em Vida (1980), Eles voltaram (1981) e Amor e Saudade (1985).

Em 1999, Chico publica o seu último livro em vida, intitulado Escada de Luz, de Espíritos Diversos.

Chico não teve a oportunidade de avançar nos estudos, não tendo passado do curso primário incompleto. Este é um dos aspectos que mais atestam a veracidade das comunicações mediúnicas que ele recebeu, através da psicografia, muitas delas transformadas em livros, com traduções para o castelhano, esperanto, francês, grego, inglês, japonês, tcheco etc., que nos transmitem informações das mais diversas áreas do conhecimento humano, várias delas desconhecidas do médium.

A partir do ano 2000, a saúde de Chico começa a se debilitar rapidamente. E, aos 92 anos de idade, no dia 30 de junho, desencarna.

Aqueles que desejam estudar a doutrina dos Espíritos encontram na literatura psicografada por Chico Xavier uma fonte inesgotável de informações e orientações baseadas na Doutrina dos Espíritos, codificada por Allan Kardec e no Evangelho de Jesus.


Fontes de pesquisa e coletânea de dados:
. AGUIAR, Sebastião. Chico Xavier: um doce olhar para o além, Editora Globo, 2010.
. BACCELLI, Carlos A. 100 Anos de Chico Xavier, Fenômeno Humano e Mediúnico, Livraria Espírita Edições “Pedro e Paulo”, 2010.
. GOMES, Saulo. Organizador. Pinga Fogo com Chico Xavier, InterVidas, Catanduva, SP, 2009, 1ª edição.
. JACINTHO, Roque. Chico Xavier 40 anos no mundo da Mediunidade, Edições Livro Nobre Ltda., 2ª edição, 1968.
. NOBRE, Marlene Rossi Severino. Lições de Sabedoria, Chico Xavier nos 22 anos da Folha Espírita. FE Editora Jornalística Ltda, 1996.
. Presença Espírita, Revista. Março/abril 2010, Ano XXXVI, Nº 277, Mensagem do Bimestre, Joanna de Ângelis, O Retorno do Apóstolo Chico Xavier. LEAL Livraria Espírita Alvorada Editora.
. Presença Espírita, Revista. Março/abril 2010, Ano XXXVI, Nº 277, Enrique Eliseo Baldovino, Tributo tradutório a Francisco Cândido Xavier. LEAL Livraria Espírita Alvorada Editora.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Chico_Xavier
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Foto ilustrativa retirada da internet.